quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Resquícios da ditadura militar


(Calar Já Não é Possível) Quando Choraram Marias e Clarices*, é um documentário realizado por alunos do 6º período de jornalismo, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, que aborda a censura, repressão e os resquícios da ditadura militar, que são vistos nos dias atuais. Como é para muitos que sofreram na época e que sobrevivem até hoje com essa dura realidade que o Brasil passou.

Dr Pedro Bodê Presidente da comissão da verdade
Temos como participantes desse documentário Dr. Pedro Bodê, Presidente da Comissão da Verdade, que esclarece fatos, muitas vezes desconhecidos pelo povo, sobre a ditadura e os torturadores.
Wilson Previd do PCB
Wilson Previd, do  Partido Comunista Brasileiro (PCB)relata sobre suas prisões, dias de torturas e como foi suas experiências nessa época que tanto marcou o Brasil.


Dr Narciso Presidente Do Grupo de Tortura Nunca Mais
Narciso Pires Presidente do Grupo de (Tortura Nunca Mais), da banda (Humanos Vermelhos), com musicas de categoria sobre o assunto, também discorre sobre como foi a ditadura no Brasil, como foi torturado, a punição dos torturadores.


Dr Olympio Procurador Geral do Ministério Publico
Por fim, Dr. Olympio de Sá Sotto Maior Neto, procurador geral do Ministério Público do Paraná, fala sobre os principais aspectos da ditadura: extermínio de pessoas, como foi a repressão e o que reflete hoje na sociedade, a falta de informações sobre as barbáries que ocorreram e os resquícios que ainda restam na sociedade.

O documentário (Calar Já Não é Possível) Quando Choraram Marias e Clarices*, estreia dia 25 de Novembro às 20h no Auditório da Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

*Calar Já Não é Possível é o nome no qual o documentário irá concorrer ao prêmio Melhores do Ano, do 6º período de Jornalismo da PUCPR. Entretanto, em pós-produção, foi alterado para Quando Choraram Marias e Clarices


Ano: 2013
Direção: Rodolfo Kowalski
Produção: Agência Projection - Ailton Nunes, Rodolfo Kowalski, Rosana Moraes e Ruthielle Borsuk.

Produção: Agência Projection
Texto: Ailton Nunes
Edição: Rosana Moraes

terça-feira, 21 de maio de 2013

Do experimental ao documental

Joris Ivens

George Henri Anton Ivens nasceu em 18 de novembro de 1898, na Holanda. Graças ao trabalho de seu pai em uma loja de fotografias, começou a se interessar pelos filmes. Conhecido pelo nome Joris Ivens, além de diretor, trabalhou como roteirista, produtor, fotógrafo, editor e ator. Sua maior influencia foi no gênero documental, realizando 43 filmes entre 1910 e 1988, tornando-se assim um dos principais documentaristas do século XX.

Joris Ivens procurava retratar em seus documentários a luta do homem pela sobrevivência, sempre mostrada de forma poética. Por meio de suas produções, atuou como defensor das causas sociais em diversos países, filmando em mais de 20 localidades, como China, Vietnã, União Soviética, Cuba, Estados Unidos e Indonésia, onde defendeu a independência da região, garantindo-lhe o título de “persona non grata” na Holanda.

Antes de consolidar como documentarista, produziu diversos filmes experimentais (também chamados underground) como De Brug, em 1928, Zuiderzee, que era um filme mudo sobre a construção de um dique, em 1930, e  Regan (ou Rain), em 1929, que o lançou como realizador.

Regen é um filme poético que se passa em Amsterdã, narrando o que seria um dia de chuva. Ele mostra as diversas mudanças de clima, de sol a chuviscos e temporais nas janelas, guarda-chuvas e ruas da cidade, até o reaparecimento do sol novamente.  Primeiramente o filme era mudo, ganhando sua versão sonorizada apenas em 1941, a pedido do próprio Ivens.

Assista Regan completo abaixo:




Fontes:  European Foundation Joris Ivens, Só biografias - UFCG e Aruanda.lab.doc



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Influência do cinema novo nos filmes atuais

Glauber Rocha

“Deus e o Diabo, na Terra do Sol” (1964) é uma obra do diretor e ator baiano Glauber Rocha, um dos maiores cineastas do cinema novo, escola que tinha como propósito, apresentar o quadro caótico do Brasil nos anos 60.

Sua revolta contra as situações e os maus  tratos aos proletariados, a escravidão por parte dos grandes latifundiários, burgueses que oprimiam os trabalhadores eram os assuntos que ele mais retratava em seus filmes, como uma forma de denunciar e tentar mudar o mundo da época.                                

A obra de 1964 mostra como o catolicismo sempre esteve presente de uma forma mística na política. Um beato chamado Sebastião, que representa Deus, promete prosperidade e o fim do sofrimento,para a população;  já o Corisco, o cangaceiro (Diabo Loiro), que representa o diabo. Tanto Sebastião quanto Corisco sofrem com a seca do nordeste.
Foto do filme Deus e o diabo na Terra do Sol

A produção da época era feita de forma precária, não só pela falta de recursos ou de capacidade dos atores e personagens, até mesmo de propósito, para mostrar exatamente a condição em que vivia a sociedade daqueles anos.
Foto do filme Cidade de Deus

O cinema atual se inspirou em alguns aspectos do Cinema Novo, quando se trata de política e religião, que continuam andando  juntas, mais com fins comerciais, do que uma preocupação de ter as mesmas abordagens temáticas e conteúdos anteriores.

Como diz a Professora e Jornalista Juliana Sangion, em entrevista ao site Câmera Escura, um exemplo é o filme: “Cidade de Deus”, que foi visto por mais de um milhão de pessoas no cinema, tornando-se uma espécie de “blockbuster”, algo de muito sucesso.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   
               
                 
Por: Ailton Nunes

sábado, 6 de abril de 2013

Falsa guerra distrai população...


O filme “Mera Coincidência”, dirigido por Barry Levinson, foi lançado em 1997 e ganhou dois Oscar de melhor roteiro por adaptação. Trata-se de uma falsa Guerra, com o intuito de distrair a população, devido a um escândalo sexual envolvendo o presidente dos Estados Unidos dificultando-o de ser reeleito.



 A assessora de imprensa Winifred Ames (Anne Heche), da Casa Branca, chama um do dos maiores profissionais de marketing, Conrad Brean (Robert De Niro), que contratou um produtor cinematográfico de Hollywood, Stanley Motss (Dustin Hoffmam) e o plano foi “simples”, criar uma “guerra” na Albânia.

É um filme que ilustra algo que muitas vezes acontece no meio das comunicações e com interesses políticos, reportam informações que nem sempre são verdadeiras. Por exemplo, o caso do Jornalista Vladimir Herzog, um defensor da democracia, na época do regime militar, no governo de Geisel. Morreu torturado em sua cela e a mídia anunciou que ele tinha se suicidado; mais tarde foi descoberta a verdade.

O personagem cinematográfico constrói tudo de uma forma bem sarcástica, para manipular e mostrar o poder de influência que a mídia tem sobre a população. Algo muito parecido foi a guerra do golfo que só anunciaram em vídeo, isso faz parecer uma “Mera Coincidência”, comparando o fictício com a realidade.

Por: Ailton Nunes

Ficha técnica:

Título Original: Wag the Dog
País de Origem: EUA
Gênero: Drama

Ano: 1997
Duração: 97min
Diretor: Barry Levinson.
Elenco: Robert De Niro, Dustin Hoffman e Anne Heche.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Parece Hollywood, mas é melhor. Muito melhor...


Um anjo que resolve abdicar de sua posição divina em prol da esperança de um amor, da necessidade de, simplesmente, sentir. Pode até parecer uma história hollywoodiana, mas é melhor.
Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin) é um franco-alemão ocidental de 1987 que narra a disputa de um anjo entre o divino, a possibilidade de uma existência eterna, e o humano, uma vida limitada, mas repleta de sensações e sentimentos que um anjo jamais seria capaz de compreender e sentir.
O filme se passa em uma Berlim devastada no pós-guerra. Lá, um batalhão de anjos zelam pelas almas perdidas. Eles ouvem tudo o que pensam e sabem tudo que sentem os humanos, mas não podem sentir as dores e alegrias terrenas.
Porém um dos anjos, Damiel (Bruno Ganz), acaba se apaixonando por uma mulher, a trapezista Marion (Solveig Dommartin). Para poder tocá-la, precisa abandonar sua condição divina e aceitar a limitada vida humana. É neste momento que surge Peter Falk, um anjo caído que soube fazer a transição entre os dois mundos.
O filme conta com a direção de Ernst Wilhelm "Wim" Wenders, que desde 1996 é presidente da Academia de Cinema Europeu. Em Asas do Desejo, o diretor traz uma lentidão cercada de imagens em cor e preto-e-branco, focalizando o olhar de anjos e homens. 
Der Himmel über Berlin conquistou diversos prêmios, dentre os quais se destacam: Prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes e Prêmio da Audiência de melhor filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1988, além de ter sido indicado à Palma de Ouro e ao prêmio de melhor filme em língua não inglesa no BAFTA.
Ficha Técnica:
Título Original: Der Himmel über Berlim
Ano: 1987
Gênero: Drama  
Direção: Win Weders
Roteiro: Win Wenders, Peter Handke
Elenco: Bruno Ganz, Solveig Dommartin, Otto Sanders, Curt Bois, Peter Falk e Nick Cave


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Edição de 'Argo' faz a diferença


     Fazer um filme de política utilizando fatos históricos e torná-lo acessível ao grande público, sem que ele seja entediante, é inquestionavelmente um grande desafio. Até mesmo alguns dos clássicos do estilo, como “Hotel Ruanda”, dirigido por Terry George, falham em alguns pontos, principalmente quando tornam o filme muito denso e com um difícil, muito demorado, desenvolvimento do enredo.
Filme de Ben Affleck ganhou o prêmio de
Melhor Filme e melhor Montagem (Oscar 2013)
    Vencedor do Oscar de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor edição, Argo, de Ben Affleck, mais conhecido por seus trabalhos como ator, dentre os quais se destacam alguns fracassos retumbantes, como Demolidor (2003), transmite inicialmente a sensação de que esse pode ser mais um filme extremamente sério e com uma montagem parada e densa.
    Baseado em fatos reais, o filme se passa no ano de 1979, em um Irã em conflito com a chegada ao poder do aiatolá Khomeini. Como o antigo xá ganhou asilo político nos Estados Unidos, que haviam apoiado seu governo de opressão, há nas ruas diversos protestos, e num deles a embaixada do norte-americana acaba invadida. Seis diplomatas americanos escapam pouco antes da invasão e se refugiam na casa do embaixador canadense, onde vivem sob sigilo, enquanto a CIA cria um plano mirabolante e improvável para tirá-los do país: a produção de um filme falso de Hollywood.
    A ideia de criar um falso estúdio que iria filmar uma cópia barata de Star Wars é uma sacada que permite bastante alívio cômico à trama. E para nos lembrar, que por mais absurda que seja a história, ela de fato aconteceu, o diretor sempre mostra manchetes da época, ratificando sua história e convencendo o espectador da veracidade dos fatos.
    “O filme ‘Argo’ parte de imagens feitas feita para o filme, e em meio dessas imagens, eles inserem imagens de arquivos, reforçando a ideia de realismo que acaba montando a imagem da época, trazendo para a realidade”, afirma o professor de cinema da UniBrasil, Paulo Camargo.
    Fernando Severo, coordenador do Curso de Cinema do Centro Europeu, explica que a edição de um filme é importante para dar ritmo e fluência a uma narrativa fílmica, sendo indispensável para manter o espectador interessado na história e em plena compreensão da mesma. Ele também comenta quais os méritos de Ben Affleck e da edição do filme, que o fizeram merecedor do Oscar e do Bafta: “A edição deve traduzir a leitura que o diretor faz do roteiro e respeitar seu estilo, o que o editor de Argo faz com perfeição”, comenta Severo. “A edição de Argo é muito precisa e econômica, trabalhando muito bem a tensão crescente do roteiro”, completa.
    Curiosamente, o editor do filme, Willian Goldenberg, concorria também ao Oscar de melhor montagem pela edição do filme "A Hora Mais Escura", que fez em parceria com Dylan Tichenor.
    Há de se destacar, ainda, o fato de Argo não trazer um bonzinho e um vilão, mas sim um universo onde todos defendem os seus direitos. Os detalhes de fotografia e figurino também são admiráveis. No intuito de intensificar o clima dos anos 70, Affleck filmou com película comum e ampliou as imagens em 200% para aumentar a granulação, resultando em um efeito espetacular.